terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Ano dez.


Começar o ano com o pé esquerdo não significa que o restante dele será ruim. Ou que se começá-lo em casa, irá passar a maioria dos seus dias trancado. Pensa-se numa noite na qual quando o ponteiro marcar zero hora, a alegria salta do peito de forma estonteante quanto o colorido do céu oferecido pelos fogos, abraços grátis vem à tona, brindamos, pulamos sete ondas e fazemos várias atividades supersticiosas. As mulheres usam calcinhas de cores que dêem sorte naquilo que desejam, seja amor ou dinheiro. É a festa, ritual de passagem, de virada de página e de muito esquecimento também. Basta uma dose. Adeus injustiças, políticos corruptos, crimes, guerra e miséria. Depois tudo retoma, com um ar de mudança, inovações. Isso porém, não dura o ano inteiro. Um dia anula o outro. Está certo, não. Mas cada um tem sua particularidade. Você não pode mudar os imprevistos diários porém, é possível contorná-los, tirar os espinhos. Retrospectiva do que nos cerca deixo para os canais de televisão. A da minha vida, na memória. Vamos então, nos embriagar. Mas as doses precisam ser dez vezes maiores do que a do ano que se vai. Uns drinks de amor e paz, rápido! E é necessário perceber, que para mudar o mundo, deve-se olhar para o próprio umbigo e para o que está a nossa frente. E por fim: "eu te desejo não parar tão cedo, pois toda idade tem prazer e medo. E com os que erram feio e bastante, que você consiga ser tolerante".


Um ano diferente e feliz, para todos que me lêem.

Injustiça Globalizada.

"Suponho ter sido esta a única vez que, em qualquer parte do mundo, um sino, uma campânula de bronze inerte, depois de tanto haver dobrado pela morte de seres humanos, chorou a morte da Justiça. Nunca mais tornou a ouvir-se aquele fúnebre dobre da aldeia de Florença, mas a Justiça continuou e continua a morrer todos os dias. Agora mesmo, neste instante em que vos falo, longe ou aqui ao lado, à porta da nossa casa, alguém a está matando. De cada vez que morre, é como se afinal nunca tivesse existido para aqueles que nela tinham confiado, para aqueles que dela esperavam o que da Justiça todos temos o direito de esperar: justiça, simplesmente justiça. Não a que se envolve em túnicas de teatro e nos confunde com flores de vã retórica judicialista, não a que permitiu que lhe vendassem os olhos e viciassem os pesos da balança, não a da espada que sempre corta mais para um lado que para o outro, mas uma justiça pedestre, uma justiça companheira quotidiana dos homens, uma justiça para quem o justo seria o mais exacto e rigoroso sinónimo do ético, uma justiça que chegasse a ser tão indispensável à felicidade do espírito como indispensável à vida é o alimento do corpo. Uma justiça exercida pelos tribunais, sem dúvida, sempre que a isso os determinasse a lei, mas também, e sobretudo, uma justiça que fosse a emanação espontânea da própria sociedade em acção, uma justiça em que se manifestasse, como um iniludível imperativo moral, o respeito pelo direito a ser que a cada ser humano assiste."

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

A queda.

- Estou quase chegando as nuvens.
- Já fui até lá, é realmente belo.
- Você gostou da sensação?
- Foi uma das coisas mais lindas que me aconteceram.Porém, existe o
momento em que é necessário pular, não se pode ficar lá eternamente.
- E quando chegar a hora de eu fazer o mesmo?
- Jogue-se, mas não tenha medo da queda, existe curativo.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Carta ao papai noel.


Querido velhinho denominado de Papai Noel, envio esta carta para ti, um remetente que muitos depois de certa idade dizem que nem sequer existe, ao endereço onde talvez, não haja correios e esse pedaço de papel com letras caprichadas nunca chegará. Mesmo assim, não tiro meu compromisso, pois você é um dos poucos que está ao alcance de todos os povos, cores e classes. Um dos poucos capazes de trazer sorrisos e esperanças de um mundo mágico e melhor. Está presente em milhões de corações, ao redor do mundo. Isso tudo parece tão lindo e comovente, não é? Sinto dizer que se trata apenas de aparências e poucos dias no ano. Você deveria existir durante os 365 anuais e não só no período em que se recebe o décimo terceiro salário. Bem, deixemos para lá. O que eu quero dizer, é que esse ano, não quero presentes. Exatamente, pode poupar seu dinheirinho, sei como é difícil ser aposentado. Compre o presente da sua esposa, dos seus netinhos e as outras crianças sei exatamente o que elas querem. Então você não sabe? Pois pronto. Fui perguntar a milhares delas, viajei por ai para descobrir, ao longo desse ano. "Vamos supor que existem bônus para você, e estes são convertidos em sonhos em vez de simples presentes, o que você pediria?". Escutei das mais variadas respostas: Lucca sonhava com sua casa feita de chocolate, Jamile com um simples prato de comida, Beatriz sonhava em ter muitos amigos, enquanto Rafaela queria um simples abraço, Caio queria que sua mãe trabalhasse menos e te desse mais amor, Matheus que seu pai conseguisse um emprego para comprar o que precisavam, Hassin pedia paz mundial e Pitoco, o fim da guerra do trafico. Peço-te paz, amor, o fim do egoísmo humano, justiça, saúde, o exterminar o abandono, matar a fome, emprego, educação, esperança, sorrisos, sinceridade, amizade, compreensão, fraternidade, compaixão, entre tantos outros valores. Seria capaz de distribui-los? Creio eu que não. Essa missão digamos que é quase impossível, por sermos tão (des) humanos e estarmos vivendo a era do (des) amor. Mas se cada pessoa, cidadão, vizinho, irmão, habitante desse planeta, fizer um "tiquinho" podemos fazer olhos mortos se transformarem em olhos brilhantes como estrelas. Ajude-me a fazer esse pouquinho. Por favor! Nem é tão complicado assim... Se eu estivesse te pedindo um sapato Prada ou Brad Pitt aqui em casa, ai sim seria difícil. Juro que tentei ser o melhor possível esse ano, se fizer o que lhe peço, tentarei ser melhor ainda e te presentearei com bombons de chocolate, feitos com minhas próprias mãos e te farei companhia. Pense com carinho! Estou esperando resposta.

Beijos na bochecha direita e um abraço apertado.

De alguém que ainda acredita na sua existência e não deixa jamais,
o espírito de renovação morrer, em algum lugar desse universo tão imenso.

Feliz Natal!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Ai se sêsse...

Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nois dois ficasse
Tarvês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse.

Cordel do Fogo Encantado recita Zé da luz.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Coração de papel.


Giz vermelho, uma tesoura, um pedaço de papel em branco e uma menina cheia de amor. E assim resolveu fazer um desenho, uma simbologia para o sentimento que transbordava dentro de si. Tentou rabiscar similar aos desenhos dos quais observava. Surgiu logo, um coração de papel. Resolveu guardá-lo, na sua gaveta. Nunca o jogou fora. Os anos passaram rapidamente, era nítida sua mudança de menina para moça, de moça para mulher. Seu desenho também estava mudando, ficando mais abarrotado, a cada decepção que sofria, estava cortado em pedacinhos e perdendo toda sua pureza. Decidiu usar cola e giz, para reconstituí-lo. Continuou realizando este ritual por um bom tempo. Porém, certo dia se cansou. Pegou aquele coração todo remendado e jogou fora. Arrependeu-se. Desenhou outro, para ocupar o lugar. Este, estraçalhado, confuso, apaixonado, picotado, esquecido, pisoteado, foi reconstituído mais outras vezes, jogado fora e substituído. Seguia sempre desse modo. Se parasse para juntar os retalhos, os pedacinhos, mostraria como ele viveu e morreu, inúmeras vezes. Insistindo em sobreviver sempre, nos corredores ou em nossas gavetas. Só no dia que nós decidimos pegá-lo e enterrá-lo, que ele vai desaparecer. Ai pronto. Era uma vez, o amor. (e o coração, de papel!)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Seu pai é padeiro?


Ela era acostumada as chamadas cantadas de pedreiro, por causa da sua beleza. Sentia que o mundo estava todo aos seus pés, embora esse estado te causasse náuseas. Não tinha costume algum com acontecimentos corriqueiros ou de fato, achava que sabia muito, quando na verdade, desconhecia o mundo e a interpretação correta das palavras. Acontece que todos os dias, a moça se sentava no mesmo banco em frente a padaria e ficava lá durante horas, levantando-se somente para buscar doce no estabelecimento o qual o bom cheiro incendiava os arredores. Foi aí que noutro dia sentada, passa um moço não muito bonito porém com aspecto de bem criado. Olhou para a moça distraída. E como também vivia por ali observando os passos de quem ia e vinha, resolveu perguntar:

- Seu pai é padeiro?

A moça ficou ofendida, achou que ele estava dando-lhe uma cantada e deu um tapa na face do rapaz.

Mas sim, o pai dela era padeiro.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Estória bobinha.

Sentia uma sensação boa de ter alguém que queria ver por perto, coisa de costume. Saia as pressas na companhia da mãe porém, um olhar de meio segundo bastou. Ele não a viu, mas ela sabia que aquele rosto o qual havia gravado fazia cerca de um mês era inconfundível, era belo, simétrico e seu cabelo, único. Faltou-lhe somente a palavra, o passo a frente para mudar de vez o pequeno instante. Foi incapaz, estava se sentindo descabelada, desarrumada, naquele horrível traje para aproximar-se dele, sempre tão... tão... tão... er... lindo, espontâneo e simultaneamente regado de timidez! E não, não, não se falaram. Entretanto, você acreditaria se a garota te contasse um pouco sobre destino ? Então melhor deixar para lá.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

500 days of Summer




" Essa não é uma história de amor, é uma história sobre amor."

sábado, 21 de novembro de 2009

Um pouco sobre cemitério.


Gostamos de shoppings, parques, baladas, restaurantes, bares e viagens, de paz, amor, tranquilidade e felicidade. Porém, cemitérios nunca foram lugares dos quais nos atraem e costumamos frequentar. Será pela imagem construida desda infância, em que as noites os mortos estarão lá, dispostos a te assombrar ou roubar sua alma? Não sei o motivo real, mas realmente o evitam. Talvez seja pelas saudades trazidas ao ver seu ente-querido, com o nome gravado em uma lápide e a sete palmos embaixo da terra. No fim de tarde hoje, por um acaso, visitei o cemitério mais bonito que já vi e faz jus a seu nome "Morada da Paz" quebra logo todas as más espectativas sobre o ambiente malígno, mostra o outro lado da moeda, se existe realmente céu, deverá ser similar. Meu avô, que lá está em corpo, quem sabe em alma, no durar de sua doença, sempre deixou explicíto seu desejo: ser enterrado num belo jardim, com passáros cantando, árvores e flores, diferente daqueles que costumava ver por ai. Adivinhem? Seu (último) desejo foi realizado. Revejamos nossos conceitos errados, colocando certas coisas em nossas cabeças, sem tristeza, por favor! Lembrar que, aquele lugar, é antes de tudo, onde há, não somente corpos, mas histórias presas, silenciadas, de boas ou más pessoas, felizes ou tristes, feitas da mesma matéria, virando pó a cada noite passada, eternizada por alguns e insigficantes para outros. Nosso caminho é igual, no fim das contas, pelo menos em terra, a questão de céu e inferno, vai bem mais além...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Voto de felicidade.


Em um minuto de silêncio, percebi o número de anjos que tenho ao meu redor e vou remeter-me ao clichê: estes não possuem asas. Podem ser até meio devassos e são desprovidos de ingenuidade, talvez isso faça a diferença. É difícil decifrar qual o mais belo, qual me faz melhor. Podem até mudar de nome, endereço mas continuarão sempre anjos. Uns permanecerão por um longo tempo caminhando na mesma quilometragem, já outros, o trem da vida fará questão de afastar, mudando a velocidade, porque na realidade, não eram meus. Virão então, os substitutos, assim funciona o ciclo e nunca pára! Hoje, é o aniversário de um deles, que tem caminhado junto a mim. E o que te desejo? Sorte no amor, na vida, em cada segundo e que possamos ainda ir pra muitas festas que vão partir, seja no vila ou em matanza. Gosto muito de você Camiletxe, nunca mude! Continue pensando em sitonia comigo e me doe um pouco da sua inteligência, ou pelo menos compartilhe.

PAAAAAAAAAAARABÉNS AMIGA! (L)

domingo, 1 de novembro de 2009

Bom dia, flor! (Final)

E assim elas as tomou, todas de uma só vez, nem hesitou, estou aguardando para ver qual será seu comportamento agora, esperem só mais 5 minutinhos... Não tenha pressa, essa história de amor estar apenas começando. Mas olha lá, como está lá, mais sorridente e bela que nunca. Acho que vou pedi-la em casamento, será que devo? Dêem-me licença agora.
Do que tanto ri, minha doce Nandina? Que pergunta hipócrita a minha, é que estou acostumado com tranquilidade e rir é algo fora do seu habitual. Mas então, quero te pedir algo, não sei se devo melhor esperar até mais tarde, quando tomarei uma dose de coragem, por que me sinto tão vazio se você está aqui comigo e tem todo seu coração entregue ao meu?
Fecho os olhos, espero a tristeza intrometida partir contando até... Oito, nove, dez, pronto! Ora mais, que alegria, que colorido, vejo flores: alecrins, gérberas, cravos, tulipas, margaridas, orquídeas, lírios, violetas, rosas, lótus, nunca vi jardim tão exuberante quanto este. Só ouço mais uma vez e novamente, o canto dos pássaros, tento encontrá-la sei que está aqui, não há questionamentos a respeito, mas onde? Os risos teus parecem ter silenciado, ainda assim, me sinto bem. Procuro e encontro as duas belezas que se destoem no meio de tanta beleza, quem ou o que seria? Minha Nandina, minha Bonina, minhas flores entrelaçadas. Rego-a todas as manhãs com muito amor e carinho, olho fixamente durante horas emudecido para seu jeito singular, às vezes a deixo, mas jamais a esqueço, sempre volto antes do dia seguinte, impedindo que viva situações de risco ou mau tratos, sou ciumento, nela ninguém encosta um dedo sequer,
a quero eternamente comigo, esquecendo do mais cedo ou mais tarde, momento no qual perderá seu encanto.
Após alguns dias, o improvável provável aconteceu, murcha, caída no jardim, seca e sem vida. Dever haver algum equivoco. Preciso de duas cápsulas, só duas. Engoli a seco e de imediato lembrei da velha canção que fiz, ou deveria ter feito, mas uma banda chamada Titãs se encarregou de fazer por mim. “Há flores cobrindo o telhado e embaixo do meu travesseiro, há flores por todos os lados, há flores em tudo que eu vejo...” se as flores têm cheiro de morte, teria a morte o melhor perfume? Entretanto, flores de plástico não morrem. E olha só quem logo ali. “Bom dia, flor!”

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Bom dia, flor! (Parte 2)

A noite inteira sem pregar os olhos, olhando para a lua e pensando na maneira de agradá-la, sem demonstrar interesse e sem causar espanto. Se eu vestir meu melhor traje, vou parecer materialista demais, no caso contrário, vou aparentar desleixo. Nem agridoce posso ser, seria um doce-meio-amargo. E quem não sabe o que significa isso,esqueça, é sem relevância. O melhor a fazer é agir naturalmente, mas já sinto minhas pernas trêmulas, só em imaginar, frente a frente, eu-ela-ela-eu. Vou chamá-la para nos embebedarmos com o vinho do amor. Droga! Esqueci. Ela detesta vinho, só bebe tequila. Chegando perto da meia-noite, desisti de esperar e então fui, a chamei, fomos e pedi tequila porque esqueci que ela só bebe vinho. Como sou desligado, assim ela vai detestar minha companhia e de manhã não me liga de volta, não lembro de ela ter dado seu número, nem telefone celular ela possui.
Mais um dia e acordo ansioso para revê-la, sei que ela estará lá, no mesmo local de sempre, à minha espera. Está apaixonada, tenho certeza disso. A cada passo, meu coração acelera, acho que vou enfartar de tanta emoção. Cheguei ao trailer, ao menos até o local onde o mesmo deveria estar. No entanto, só havia um vazio, uma árvore, que não trazia mais ar puro e um pássaro, que perdeu o canto. Minha querida Nandina deixe de brincar de esconde-esconde, impossível não ter deixado pistas para eu te encontrar. Veja só! Olha quem eu vejo, sabia que só se tratava de uma brincadeira, sua boba, quase que me enganou, hein? Ah! Desculpe, atrapalhando sua meditação, me perdoe, querida. Aliás, trouxe algo para vivermos os momentos mais alucinantes de nossas vidas, é só ingerir três cápsulas dessas e pronto, começará nossa viagem. Está preparada? Não sinta medo.

domingo, 25 de outubro de 2009

Bom dia, flor! (Parte 1)


Vou começar a falar do sol que começa a lançar seus raios por entre as árvores dessa manhã e por falar nela, como está bela, que causou até uma inspiração tremenda para contar a história de uma jovem na qual observei que está vivendo faz alguns dias aqui nas proximidades, num trailer com sua maneira um tanto peculiar e então decidi escrever. Começarei pelo seu nome, Nandina Bonina, incomum. Assusto-me e tenho medo de fantasiá-la demais, porque das ultimas histórias que contei, as pessoas me transmitiam certa necessidade de desabafo, pelos seus destinos tão cruéis. Não tem explicação, mas com ela é diferente, faz com que a paz fique perambulando no ar e por ser tão grande a tranquilidade, me rouba as palavras, me fascina. Jamais pensem que falo assim por estar apaixonado, falo por causa do belo brilho similar aos das estrelas dos seus olhos esverdeados e dos seus longos cabelos escuros que aparentam nunca terem sido tingidos. Inevitável, a partir de agora, vou passar a observá-la diariamente, para desse modo, descobrir algo que possa compartilhar com vocês, caros amigos.
Hoje eu descobri que ela ouve a Janis Joplin, ela não me contou, mas o som chegou aos meus ouvidos. Qualquer semelhança entre elas, é mera coincidência. O que diferencia, é que a moça da voz berrante nunca me causou perda da fala, ao contrário da jovem de baixa estatura e pele branca cheia cicatrizes. Algo curioso, é uma pulseira cor de limão, lembro de ela ter me contado que se trata do seu amuleto de sorte, enquanto mordia compulsivamente seu dedo mindinho. No entanto, dizem que ela nunca dirigiu a palavra a mim. Ainda é pouco, preciso sair dessa inércia. Já são seis dias que a olho, pensei em comprar dois ingressos para irmos juntos ao Woostock, mas ouvi em meio a risadas, que já fazem mais de três décadas que aconteceu. Que farei para criar um laço com a jovem? Sinto-me inferior quando se trata de valores para com a vida. Mais inferior ainda quando tento aproximar-me dela. Algo me impede, talvez eu mesmo. De o próximo raiar do dia não passa, trocarei ideias de simplicidade e beleza como o canto do passarinho. (...)

sábado, 17 de outubro de 2009

Don Juan de Marco.


"Meu nome é Don Octávio del Flores. Sou o maior psiquiatra do mundo.Já curei mais de mil pacientes.Seus rostos perduram em minha memória como dias de verão...mas nenhum se compara a Don Juan DeMarco.Então, não foi tão insano nos encontrarmos num avião voando para ilha de Eros. Era como o Éden antes da queda. Tudo parecia possível.E como termina nossa fábula? Sua Doña Ana, a da foto do meio, estaria ela esperando na praia por toda a eternidade até que ele voltasse como haviam prometido? Por que não? Tristemente, devo informar que o último paciente de quem tratei, o grande amante Don Juan DeMarco, sofria de um romantismo que era absolutamente incurável, e o que era ainda pior, altamente contagioso..."

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Nostalgia.




Segundo o Wikipedia:
“Nostalgia descreve uma sensação de saudades de um tempo vivido,
frequentemente idealizado e irreal.Nostalgia é um sentimento que surge a partir da sensação de não poder mais reviver certos momentos da vida.”


E o dicionário:
1.Saudade pungente de coisas, pessoas ou situações do passado.
2. Melancolia acentuada resultante de saudades da pátria.”

Busquei-me hoje no fundo da gaveta, nos arquivos antigos, nas fotografias dos anos anteriores. Senti que fui roubada, senti que faltava algo a mais. Típico sentimento nostalgico, o qual não pode ser saciado ou extinto com um novo encontro ou momento, eis a sua diferença da saudade, ai está o que mais doeu e é minha maior melancolia. A quantidade de pessoas que você perde, porque simplesmente as ideias não são as mesmas, ou a vida fez questão de separar, devagarzinho...
O número de sorrisos que ficaram ali ,as lágrimas que causam gargalhadas, aquela música e aquela festa que tornam impossível sentir-se completo. Todas as coisas ficaram com o tempo mas nem ele as guardou, passou por cima. Até meus amores não mais quem são e até me pertencem quando retorno ao local em que foram todinhos meus, seja o cinema, a boate, a parede ou o corredor. Dá um aperto ao saber que a inocencia e a sinceridade vai indo embora, que as piadas perderam a velha graça e que aquele lugar onde eu brincava quando criança não existe mais.E desse modo fica pedaço em pedaço, segundo em segundo, em retalhos, dividida a vida.


Ps¹: desculpem o post sem nexo, sem coerência e sem sentido,
mas queria escrever e não estou nos meus dias mais inspirados.

domingo, 13 de setembro de 2009

Coincidência, ou não!

Começou numa fila de um banco, num sábado à tarde no shopping. Foi amor a primeira vista, de ambos os lados, pelos menos os dois acreditavam. Parecia que ia dar certo, desde daquele momento, mas lá vai o destino, impedi-los. Um devia ficar ciente do nome do garoto pelo qual se apaixonou, o outro, ficaria só na curiosidade. Os dois passaram a semana desnorteados, pensando se jamais iriam trocar olhares. A decisão foi igual, de ambos os lados: voltar na mesma hora e ao mesmo lugar, uma semana depois. Ansiedade dominava Gabriel não iria sossegar enquanto não encontrasse o jovem que nem sequer sabia o nome.
.
Uma semana depois, lá estavam eles, no mesmo shopping, em horário semelhante. Cada um com duas amigas, para dar apoio moral. Os olhos de Gabriel observavam cada passo, característica semelhante, cada rosto. Coincidência ou não, seus olhos fitaram a livraria, onde lá estava sentado, a observá-lo. Fez então um pequeno bilhete, e colocou seu e-mail, pedindo para uma das suas amigas entregar. “Ei, mandaram para você!” disse a garota, recebeu um obrigado, que não escondia sua opção sexual (o que não vem ao caso) e saiu prendendo riso. Tudo que ele mais queria, era chegar em casa, para ver se aquela janela de adição de novo contato do seu MSN, aparecia. Foi exatamente o que aconteceu, coincidência ou não, possuíam o mesmo nome, Gabriel. Agora onde as coincidências vão parar nem deus sabe...

sábado, 12 de setembro de 2009

Ser brega.


Eu sou brega, pronto, contei. Principalmente quando se trata de relacionamentos. Mas ainda há indagações a serem feitas. Foi apenas minha primeira conclusão. Vivo desvirtuada de minha época, apesar dos esforços para acompanhar esse novo ritmo frenético, que se difere bastante das gerações passadas, a realidade é que sempre foi de mim, prezar pelos bons e velhos costumes, nadando contra a corrente, porém voltando ao mesmo lugar. Não sou do tipo que sonha todos os dias com o casamento perfeito, ou que chegará à frente da minha janela um louco romântico apaixonado cantando a mais bela canção de amor (confesso, até sonho) e portanto continuo sendo brega e esperando um buquê de rosas junto a um poema de amor. E mais brega por discordar dessa banalização do “te ama hoje, te beija e te agrada, amanhã passa e fingi que não vê.” Diversão não é iludir, menos ainda grandes números. Gosto de escrever as coisas lindas que alguém diz que sinto, mesmo sendo uma coisa sem sentido e que não pode ser muito bem definida, nem sequer se sabe quando é sentida, no entanto, qual sentido há para tantas outras coisas? Gosto das emoções, de me arrepiar ao ver casais vendo casais com finais felizes no cinema e imaginando-os no futuro. Desprezo não a carência física, e sim sua existência insaciável, para deixar-me um pouco mais brega. Acho que amar hoje é que nem comer algo meio amargo, é preciso ingerir mais, para o gosto desagradável desaparecer, e tem difícil digestão. Apaixonar-se é brega, caiu em desuso. Demonstrar sentimentos também. E sabe, depois de algumas colocações, descobri que não sou brega, ou sou, você quem diz. Independente das opiniões,tenho preferência por sentir. Por fim, por favor, deixemos de transformar nosso amor em bom dia. E quando estiver tudo nos conformes, me avisem...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009





"Mesmo que nossos lábios não se cruzem novamente, posso dizer em silêncio, tudo aquilo que ficou escondido para sempre. Haverá momentos em que nossos pensamentos se encontrarão no espaço, e assim,sentiremos falta de estarmos juntos novamente."

Janis Joplin

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Por mim.




"Eu por mim sonhava com você em todas as cores,
mas meus sonhos são que nem cinema mudo,
e os atores já morreram há tempos."

Do livro:Leite derramado, Chico Buarque.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Vida e morte Janaina.

Vinte segundos e ela atirou sua vida num penhasco. Primeiro todas as suas jóias, cartões de crédito e seu celular de última geração, depois o resto dos seus nhem-nhem-nhems. Janaina não era a mesma, nem ela mesma. Nada fazia sentido, porque as coisas que sempre possuiu, eram incapazes de curar o seu câncer, que já tinha tomado parte dos seus dias. As memórias na lápide seriam repletas de egoísmo, de horas perdidas, de páginas sem assinatura, apenas uma camisa Calvin Klein ou um óculos Dolce &Gabbana, eram capazes de descrevê-la. Era só, nunca quis companhia, apenas seus antidepressivos e a coluna social, para forjar felicidade. Deixa-me voltar um pouco à história, quando descobriu sua doença incurável vendeu então, sua casa, seu carro e transferiu todo o dinheiro da sua conta bancaria para um orfanato, no qual colocou todas as crianças como suas herdeiras. “Esqueça Janaina! Vais para o inferno, é tarde para tentar retomar o tempo perdido.” Uma voz pertinente martelava sua mente, de modo enlouquecedor. Não pairava quieta, roia todas as unhas, nem dormia mais. Histérica, desse modo estava. Pegou um revolver, uma faca, uma corda e um inseticida, fez unidunitê na escolha de qual seria a partida que mais derramaria lágrimas, se é que alguém as faria cair. Decidiu-se, atiraria em sua própria cabeça, alegava que nunca a usou corretamente. Contou mais vinte segundos, trêmula, suando frio e chorando. 3,2,1... Ouviu-se logo o eco do disparo, sangue jorrando no chão, continuou lá, morta e sozinha, como sempre foi.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Estranha chance sem chance.

Manhã e passava um pouco das seis e trinta de domingo. Augusto sentado na calçada, com seu celular na mão. Sinto uma necessidade desinteressante de falar sobre o quão ansioso ele ficou a espera da resposta daquela moça que ele havia beijado na balada da noite anterior fazia pouco mais de duas horas. Acontecendo o que for paixão ou amor podia ser. Mesmo sabendo que ele nem a conhecia, só sabia sobre seu beijo,seu número do telefone e sua meia-calça rasgada,seu nome era mistério, assim como a sua vida. Segurava sua garrafa, chegando ao fim, sentia gosto de água, mas era a velha 51. Oito da manhã e nada, deitado na beira do abismo, sem eira nem beira. Tanto fazia ser Ana Cláudia, Júlia ou Sara... Só queria poder provar daqueles doces lábios novamente, menos que isso, alguma resposta, pra saber que tudo não passara de um sonho. Gostaria de salientar também, dos seus amores passados, um aconteceu por correspondências, outro por um telefonema feito com engano. É confuso falar sobre ele, só isso. Vive no passado de maneira moderna, meio controverso, se é que me entende. Adormecido, na sua última solidão, passou alguém, em estado de expectativa semelhante e com um salto alto nas mãos, observando que havia um colo acolhedor no qual poderia adormecer a espera do príncipe, da cruel lua cheia que se refugiou e deu lugar ao sol. Deitou-se ali, sem pensar duas vezes. Aproximava-se das dez, levantou sobressaltado e achou loucura a situação de uma desconhecida em seus braços. Correu e voltou para casa. Jamais imaginou que pelos seus próprios dedos, deixou escapar quem procurou a vida inteira.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

É proibido fumar.

Sorria, você está sendo um fumante passivo. Seu pulmão está inalando uma fumaça sem culpa e há probabilidades de ganhar de presente um câncer de pulmão, num futuro que logo chegará. E não adianta reclamar, é um beco sem saída. Sua roupa irá ficar com um cheiro desagradável, terá acentuada sua alergia ao cigarro ou vai passar por constrangimentos de pessoas sem educação, que fumam pouco se lixando para quem está nas proximidades. Isso é sim um problema. Ou ao menos era até a nova legislação antifumo intervir nessa situação.
Esclarecendo, a lei não proíbe o fumo, apenas restringe e traz benefícios aos fumantes passivos, terceira maior causa de morte das que podem ser evitáveis no mundo. O ar fica respirável e livre do tabaco. Até esse ponto, tudo bem. Porém existem estabelecimentos nos quais o maior número de freqüentadores fumam, o que prejudica de tamanha maneira o dono do local. O que não impede, dessas pessoas irem ao lado de fora, ou ter uma parte externa na qual possam ficar, é tudo questão de adaptação.
Portanto, não há motivo para tanta indignação, o que está em jogo é o bem estar social e os prazeres da vida nem sempre estão relacionados ao consumo de coisas não-saudáveis. Como se sabe, há algum tempo a lei seca entrou em vigor e surtiu efeito, mesmo ainda existindo o índice de acidentes e pessoas no trânsito embriagadas. A tendência da antifumo é ir por caminho semelhante, fazendo parte do cotidiano. Além do mais, o fumante irá diminuir a quantidade de cigarros fumados, quer queira ou quer não. E aqueles que estão tentando largar o vício, terão um meio incentivador.
Em suma, placas, avisos, a mídia, a conscientização e principalmente o respeito à lei e a cobrança de multas para os que ousarem infringir, são pontos essenciais se tratando do sucesso da mesma. Caso isso ocorra, demais estados irão adotá-la, sem receio do fracasso.Mas sejamos sinceros, a mudança deve começar no comportamento, no respeito a si e ao próximo, só assim, teremos uma sociedade mais coerente.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Losing my religion

Não tem muito para onde correr, a cultura do país e da civilização vai ter sempre forte influência sobre as religiões e crenças. É um valor hereditário, que é transferido pela educação dada.
Fui educada com liberdade religiosa, na qual pude formar meus próprios valores e opiniões sobre ambos os aspectos. Mas de modo voluntário ou não, até os nove anos de vida minha mente ainda infantil, me induzia ao catolicismo, mesmo freqüentando pouquíssimo a igreja. Conhecia Adão e Eva, como também sabia rezar o pai nosso. Sem discussão, tudo aquilo para mim, era inquestionável, fazia parte do meu universo, era esclarecedor.
No entanto, isso não durou para sempre, lembro-me muito bem do dia que me roubaram o doce, de maneira cruel. Cursava a quarta série do primeiro grau, todos os meus colegas de turma iriam fazer a primeira comunhão, em que se há confirmação do batismo. Gostaria de fazer junto a todos, pois se era uma coisa boa, nada melhor que fazê-la com as pessoas que gostava. Porém, houve um impedimento: ninguém que tivesse dez anos completos após 31 de março de 2004, poderia participar da catequese e eu era uma delas. Tentativas de conversa com a freira, foram inúmeras, mas não teve jeito, alegou que se tratava de uma criança imatura, incapaz de acompanhar o aprendizado, além da sua frieza, ao ver minhas lágrimas implorando. Então me decidi, se ela é uma das que prega a palavra desse Deus, e sou proibida de aprender seus ensinamentos de “bem”, por que continuar sendo iludida? Nada mais fazia sentido, era uma contradição entre a teoria e a pratica.
Comecei a construir novas ideias e conceitos. A religião é para muitos, um meio acolhedor, um alicerce do qual me senti deslocada. Eu poderia ser simplesmente, uma boa pessoa, fazer o bem, ter fé, mas sem seguir nem acreditar em dogmas, sem pagar dízimo e com a certeza que de não vou parar no inferno por causa disso. Pois, uma coisa é ser católico, espírita, budista, hindu, protestante, judeu ou diabo a quatro, que não irá não santificar, redimir pecados ou tornar alguém bom do dia para a noite.
Já analisou quantas pessoas matam e morrem em nome de um Deus? Quantas instituições usam da (má) fé para desviar dinheiro de pessoas ingênuas? Será que coexistir é algo impossível? Pessoas demasiadamente ligadas a uma religião, procuram um meio de desviar os seus problemas de casa, como o alcoolismo, o marido violento ou filho revoltado, é uma espécie de refugio para os frágeis, que precisam de ajuda. Jamais entendam como algo ruim, às vezes é uma única escapatória.Acham que necessitam seguir (ou ao menos fingir) que seguem todos os mandamentos religiosos, para garantir o céu, outra vida, a cura e a libertação. Deixo bem claro: certo e errado é bastante relativo, assim como a verdade.
Há de existir os que vão ler e virão com pedras, porém foi-se o tempo de opressão, de opinião censurada. O importante é ter fé no que você pretende alcançar ou fazer perdurar na sua vida, é visitar todos os dias e orar, no templo do nosso próprio coração. E como diria Steven Weinberg “Com ou sem religião, pessoas boas farão coisas boas e pessoas más farão coisas más.”.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Os amantes por Magritte.



Acho digna essa pintura, representa meus amores platônicos e só.

Paralise.

Mente sem ideias.
Sem críticas à mostra.
Em processo de recriação.
Repaginando sentimentos.
Carrengando.
Gravando informações.
Transferindo o velho bê-á-bá.
Em fase de andamento.
Devendo as palavras e ao meu ócio-criativo.

sábado, 22 de agosto de 2009

Preciso de mais uma dose de você, só que mais fraca, pra dessa vez não causar abstinência.Também quero fingir, ignorar ou excluir da memória e colocar em um livro de recordações o dia em que quis te usar, esquecendo que a peça não era retornável porém, traria nostalgia futura. Necessito ora algo menos ora algo mais e algo novo, ou tanto faz,tanto fez. Mas agora se não se incomoda... Dei-me licença, vou jogar um papo furado para quem quiser ouvir, dizendo que já esqueci de ti.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Você não deixou, que eu fizesse da minha poesia um amor.
E então, o que sobrou daquela velha cor?

quarta-feira, 12 de agosto de 2009









"Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro
Ficou coberta de tinta."

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Não mate a esperança, afinal, ela é última que morre.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Imitando!

Eu e irmão estávamos brincando de imitar pessoas e animais.
- Agora eu sou um dragão!! (imita)
- AHHH!
- E agora? eu sou o que?
- Um coelho! (imita)
- Agora você é um gigante.
Depois de muitas imitações, perguntei qual seria a próxima.
- E dessa vez ? eu sou o que?
- Gripe Suína.
- Como é gripe suína? É assim ? *Cof cof*
- Não, gripe suína é quem cospe lama.

sábado, 25 de julho de 2009

Saudade,











um dicionário e uma bula por favor,
preciso saber o que significa isso e qual a maneira correta de tratar.


quarta-feira, 22 de julho de 2009

Diário de volta.

Hoje de manhã eu estava acima das nuvens por um curto tempo mas sinceramente, eu me sentia nesse estado pouco antes de voar, pois tinha uma tristeza por ter ir embora e ter passado um periodo tão breve por lá junto a minha família, que dessa vez pude 'conhecer' de verdade. Posso definir cada dia como único. Até as noites de tédio deitada no quarto ou na varanda eram doces. Os shoppings apesar de eu ter ido quando pequena, pareciam maiores (e realmente estão). Todos os meus entes queridos com as mesmas manias, mesmo tudo parecendo diferente e mudado estava porém mais bonito. Acho que nunca me senti tão em casa ao ponto de não sentir saudades do que deixava aqui em Natal, Aracaju e as "nuzias" juntamente aos meus primos bastavam e só. Consegui me desligar e acho que ainda estou desligada, aqui somente em corpo com mente e coração longe. Estou mais uma vez apaixonada, só que dessa vez por minha família. Conto os dias, as horas, os minutos, os segundos para voltar, chegar o momento chato de arrumar a mala e jogar as coisas para o ar novamente.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Diário da viagem.

Bom, venho aqui escrever, para dizer que estou felizmente viva. E meu medo de acidente com o avião só passou, quando ele parou no solo. A viagem foi tranquila,pontual, eu comi bastante (a comida do voo era boa por um milagre) e ri bastante do americano gordo que ficava tossindo e mamãe disse que estava com gripe suína.
Ao chegar vi logo minha prima Vanessa e seu filhinho Lucas, uma gracinha. E também Alcides "perobo" motorista da família há anos. Vovó, por já ser de idade, ao chegar ao condôminio disse que nós iamos descansar, e eu disse " Que nada, não estou cansada". Vim para casa de tia Rose, lógico, fazer a fofoca toda com mamãe, ela e Ramon. Conheci o famoso Scooby, Kurt, o cachorro com crise de indentidade e que adora morder as pessoas. Rimos muito das estórias de cada um. Depois vimos o dvd do Cirque de Soleil.

Hoje de manhã, acordei com minha tia Fátima invadindo o quarto, as oito da manhã, mas nem me incomodei. Ainda demos algumas risadas. Depois fomos pra casa de vovó tomar café, jesuis, comi demais,vi Teinha minha vó preta, tia Venuzia e Maitê, minha prima. Almocei pela casa de Tia Rose, depois fomos ver a comédia do comercial do Polishop.

Ainda falta rever algumas pessoas... Mais tarde vamos sair por aí.

Trago novidades, o mais breve possível...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Um até já.

Amanhã irei voar, vou com minha cabeça, mas meu coração fica em parte aqui, junto a todos que quero bem. Daqui a uma semana volto, espero que continue tudo no seu devido lugar e o resto, aguarde. Joguei tudo para o ar: minha paixão, física, química, projetos e até as festas...

Irei rever quem não vejo a tempo, matarei saudades, isso me deixa alegre.

Aracaju, primos, primas, tias, ai vou eu.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dia mundial do Rock.


Nada mais justo que uma foto dele.

domingo, 12 de julho de 2009

E depois de duas semanas,a verdade mais sincera que tenho, é que você nem lembra mais de mim, não me tem em mente. Digo de modo melhor, não me apagou porém não deixa eu ser mais parte do seus pensamentos de rotina, se é que deu tempo de fazer. Penso na sua estranha falta, e como quero te rever e fazer tudo novo de novo.






Eu consigo ser mais piegas do que chego a ser,
colocando sentimento na palavra a mais que o do meu peito.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Laura, Samuel e o portão (2).

Queria prosseguir então, falando um pouco dos sentimentos da moça, mas não tenho muito jeito, sempre acabo me perdendo com palavras. Talvez o silêncio baste e o olhar complemente, ela nunca consegue fixá-lo, desvia-o e fala em seguida.
Naturalmente, está apaixonada, todas as declarações de terceiros foram para o lixo. ah! Agora só tem um foco de luz: Samuel.
Num instante igual, entreolham-se, ela saí correndo em direção aos braços de seu amado, ele estagnado em pé, dá um passo errado em sua vida, mordendo a maçã. Seria o fim de algo que mal acabara de começar? O vulgo fruto proibido, desde os primordios, acabava de romper um sonho, foi expulso do paraíso, enquanto ela, ficaria na tristeza colorida do spiral de cores que mais parecia o inferno, sozinha? A única solução, era comer a outra metade da maçã e ser jogada para fora dali de uma vez.
Fez-me criar uma pergunta: Mais vale a triste solidão colorida ou a feliz escuridão acompanhada de quem ama?

Parte 1: http://devaneiosbarbaros.blogspot.com/2009/03/laura-samuel-e-o-portao.html

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Que.

Meu receio é de quando você voltar, não seja o mesmo por quem me encantei. E seu perfume não seja aquele guardado em minha mente, do qual nem lembro mais a fragrância. Que quando eu te reecontrar, perca a vontade de ficar perto de ti e meu coração pare de bater tão depressa como quando penso e relembro tudo do quase nada. É que perca o brilho, o doce e a pitada de pimenta.
Que nada disso aconteça.Que volte ao instante que parou. Que soem todos os ventos na direção certa. Que espera valha a pena. E que o desejo de não ficar só nisso se realize, saciando nosso desejo de querer mais.




"Que seja eterna ou provisória, mais que seja linda e louca a nossa história!"

terça-feira, 7 de julho de 2009

First day. (Refletindo)


Fiquei com aquela frase da última vez que escrevi martelando na minha cabeça: O que é ser feliz para você?

Então ontem eu acordei muito cedo apesar de inquieta a noite inteira pensando. Ainda não sabia o que era ser feliz. Mas me arrumei com luxo e com todo o amor do mundo, porque tinha a certeza, de que algo dentro de mim, iria mudar.

Juntei todas as coisas que iria levar inclusive meu coração aberto e fui. O tempo até pensou em atrapalhar, estava chovendo bastante.

O início da minha missão foi no Hospital Infantil Varela Santiago, local o qual jamais havia pisado e só visto de relance. Chegamos lá, preparamos todo o cenário e fizemos a maquiagem.

Logo começamos a chamar as crianças, de corredor em corredor, parecia um labirinto sem fim, assim como o olhar triste de algumas crianças que nem sequer podiam se levantar, que choravam de dor e se recusavam a ir escutar nossas histórias, graças ao grande sofrimento, mas insistimos, e grande parte fez o seu máximo para ter alguns minutos de descontração. Íamos para um lado, para o outro, as crianças diziam suas preferências de histórias: lobo, princesas ou bruxas. Sei que não fomos nas melhores horas das vidas delas, e também sei que o mais elas queriam, sair daquele lugar preto e branco, sem cores. Porém, nós tínhamos uma missão e jamais podíamos nos deixar abater e demonstrar melancolia.

Demorou um tempo até que todas as crianças e mamães se acomodassem, até que a grande hora chegou. Confesso que estava uma pilha de nervos. E lá foi, começamos a cantar: “Olha eu vou contar uma história assim...”. Meus olhos nos olhos delas, as minhas lágrimas estavam difíceis de serem contidas, piorou, quando notei o quanto é custoso para arrancar sorrisos. Chegou à parte de a criança contar a história, nenhuma se manifestou, para espanto meu. Comecei a pensar: Será que elas estavam gostando? Ou as crianças de hoje não gostam mais dessas histórias que nos encantavam? Ou quem sabe se a situação delas, as impediam de imaginar e embarcar nessas coisas doces da infância? Batia em mim, um sentimento angustiante.

Acabou e fomos para outra ala do hospital, em que a situação era pior, câncer e HIV, dois malignos por sinal. Apresentamos na sala da oncologia, era notável como as que já tinham começado a quimioterapia possuíam uma baixa auto-estima e sentiam-se feias, as outras, mal sabiam o que estava por vir. Pensei que fosse ser mais difícil de arrancar sorrisos, mas rendeu algumas gargalhadas. O pior foi conseguir fixar a atenção do começo ao fim, isso não aconteceu, para ser sincera. Mães e crianças saiam e entravam, adormeceram pelo cansaço, a médica reclamava pela janela por estarmos apresentando (devia possuir seus motivos), para ver como uma boa ação não causa satisfação da massa.

Encerrado o primeiro dia, voltei para casa cabisbaixa, triste e reflexiva. Tudo é só um processo, para desvendar minha incógnita e torna-me uma pessoa melhor. O que já venho sentindo há certo tempo.


Em resumo: foi um dia difícil.


sábado, 4 de julho de 2009

E mesmo depois de uma semana, ainda sinto você impregnado em mim e continuo a ver o mar à minha frente e teu sorisso me fazendo rir, falando o quanto gostava do meu. Seu rosto guardei pouco, porém lembro do teu coração, não diria apaixonado, mas que se sentia disposto a isso. Noite adentrando madrugada, poderia ficar ali para sempre, o tempo parecia nem existir. Podia até ser passageiro, no entanto, sinto um imã que leva a ti, ainda que sejamos iguais, ou opostos, deixemos pra isso lá, o que aconteceu não será novo sentimento guardado no congelador.
Só são mais algumas dias e a resposta há de vir.

Refletindo.


Amanheceu. O (mau) humor predomina. E como de costume, levanta e saí dando “chiliques” pela casa, porque o cabelo está feio, ou tem olheiras demais, ou pelo simples fato de achar a vida um caso perdido.
Temos tudo, que até dava pra se satisfazer com metade. E ainda queremos mais, bem mais. Enquanto ficamos cada vez mais egoístas, privando-nos de luxos, há os que com tão pouco vivem, e ainda sorriem, agradecendo por cada pedacinho. Não quero me restringir às coisas materiais, dispenso esse tipo de coisa... Pois digo e afirmo: saúde é um privilégio e doença é única coisa que por conseqüência nos leva a pensar o quanto vale a vida.
Deixe de pensar tanto no celular de última geração, ou no sanduíche do Mc Donald’s, de dizer que não agüenta mais sua família e quer fugir. Lembre-se dos outros, que nada, nem ninguém têm, para partilhar sequer lágrimas...
Anoiteceu. Hora de mudar, reconstruir, remontar seus conceitos e dormir.

E amanhã, quando acordar, me diga:
O que é ser feliz pra você?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Parar.










Preciso parar de melancolia,hoje não é dia de fazer poesia.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Teatro , cinema e romance.

O filme "Romance" (2008), com direção do ilustre Guel Arres, consegue mostrar que o cinema brasileiro, quando bem produzido, dá de capote em muitos filmes internacionais, os quais se gastam muito mais verbas, mas não se pensa de forma tão inteligente.
É envolvente, emocionante e isso acontece devido a transmissão de sentimentos pelos protagonistas Pedro (Wagner Moura) e Ana (Letícia Sabatella), que se conhecem numa audição que ele faz para montagem da clássica e trágica história de amor de Tristão e Isolda, em que os diálogos marcantes da peça se entrelaçam com o dos personagens, que vivem um intenso romance.
O mais interessante é a mesclagem da dramaturgia na pespectiva dos atores, coloca o teatro, a televisão e o cinema, dentro do próprio cinema,usando uma metalinguagem.
Consegue mostrar ainda, que o talento da direção e dos atores é independente do gênero. Wagner Moura expõe seu lado romântico que se opõe ao capitão nascimento (Tropa de Elite), e Guel Arraes, apesar dos elementos do sertão/nordeste ainda presentes, consegue alcançar uma proposta bem diferente, do que em "O auto da compadecida". José Wilker, Andrea Beltrão e Wladmir Britcha, fazem parte do núcleo cômico do filme, mas sem fugir do foco.
É um filme romântico, cômico, bem trabalhado e não decepciona, os olhos ficam grudados na tela do início ao fim.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Precipício.



"O amor é um precipício.
A gente se joga nele e reza pro chão nunca chegar
"

Adeus solidão?



"Amiga, solidão
Olha, se chateie, não!
Reencontrei o Amor
Tchauzinho, eu vou...
Se me reencontrar,
pode até me censurar por eu me atirar

Assim a uma paixão"










Não sei se você era exatamente o que eu precisava
agora,
mas sei que é exatamente quem eu queria
e procurava sem saber.

sábado, 30 de maio de 2009

Perdizes.

Lembro-me muito bem daquela madrugada, você dançando ao som de "Another brick in the wall", sozinho e sorridente (e talvez, meio que desligado) e eu perdendo uma das melhores das minhas oportunidades.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Guerra de pedras.

Palestinos e israelenses nunca se bicaram, isso é fato. A paz definitiva chega a ser utópica, já que existe o radicalismo de ambos os lados. Como diz o povo, "Só querem um pé pra começar uma briga" (Nesse caso, uma guerra).
O estopim da Intifada deu-se exatamente aí, quando quatro palestinos foram atropelados e mortos por um caminhão israelense. Surpreso ninguém poderia ficar, em caso de contra-ataque, da maneira que a Terceira Lei de Newton afirma: "Para toda ação existe uma reação", exatamente o acontecido, só que ao invés de atropelamento, a reação foi feita com uma guerra de pedras nos soldados, contra a ocupação israelense, 1987 – Faixa de Gaza e Cisjordânia.
Os violentos protestos em nenhum momento fizeram com que os palestinos perdessem a razão ou fossem tidos como errados no contexto, pelo contrário, agiram corretíssimos se quer saber, e obtiveram resultados positivos. Já os israelenses? Só tiveram a perder com a repressão, recebendo de presente uma condenação do Conselho de Segurança da ONU, influenciando a opinião pública mundial, incluindo a minha, a favor da OLP e vendo mais uma vez a incansável tentativa de acordo político entre os dois países conflitosos.
Mais uma negociação fracassada veio, os Acordos de Oslo, firmados na Noruega, em 2003, começando errado logo por sua mediação, os EUA, prevendo coisas que todos fechavam os olhos para fingir que poderiam conseguir a paz por etapas, quanta ingenuidade! Todos sabem (ou pelo menos deveriam saber) que tudo isso é uma guerra territorial regida por motivos religiosos...
O ano de 2000 veio e desmontou todas as expectativas graças aos judeus em zonas árabes e aos exércitos israelenses nas cidades palestinas, dando início a uma nova guerra de pedras.
Entretanto, as coisas mudaram... Agora não mais pedras são usadas, elas deram a vez às bombas, do outro lado, o exército judeu está devastando a população civil e os alvos terroristas, de uma nova guerra, que só Deus (o meu, o seu, o deles, o nosso) sabe quando vai ter um ponto final, ou até quem sabe, ocasionaria o fim dos dois grupos (morte de todos eles) que vá dar um fim nisso.


(Esse texto escrevi a cerca de um ano mas tive vontade de postar)

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Morfo.

Vim aqui tirar o morfo e as teias. Que estão aparecendo no meu coração, de tanto te esperar.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Sobre a teoria de desconstrução mental do gostar/amor.

A teoria é baseada ninte:
1. Sempre estar gostando de uma pessoa e vice-versa, mas se não acontece nada, ai tudo bem.
2.A partir do momento que a coisa começa a se concretrizar, um relacionamento ou o sentimento a se fortalizar, a coisa já muda.
3. Nunca demonstrar interesse por ter sempre um pé atrás.
4. Quando começa a levantar as possibilidades de se apaixonar, começa a eliminá-las, uma a uma.
5.Prefere algo não correspondido já que assim não há risco de se decepcionar.
6.Cria-se problemas e hipóteses, colocando na cabeça que aquilo nunca vai dar certo.

domingo, 15 de março de 2009

Fingindo.

- Preciso de te dizer algo...
- O quê?
- Vou fingir que esqueci você.
- Como assim?
- Guardar você na gaveta, na carteira, ou até na minha memória passada.
- Mas... pensei que estava apenas se distraindo comigo, por acaso esteve apaixonada por mim?
- É, isso mesmo.
- Você quer dizer que... ?
- É, te amei desdo primeiro dia e vou guardar seus beijos para quando quiseres de volta.
- Então...?
- Vou procurar alguém que me dê motivos para amá-lo.
- Para amar não precisa de motivo.
- Por isso que vive aí, arrodeado de mulheres,"amando" sem nenhum propósito ou motivo.
- É que...
- Não precisa se explicar,eu apenas estou fingindo, esqueceu?
- É...
- Já sabe, quando quiser, te tiro da gaveta para você me pôr em suas mãos.
(Cada um seguiu seu caminho)

sexta-feira, 13 de março de 2009

O bar.

Era sexta-feira, a mulher acabava de voltar de uma caminhada ou academia, imagino. Tudo isso pensando em encontrá-lo mais tarde, mas era muito incerto, dava pra ver na angústia da sua expressão. Então para num barzinho de esquina de bairro, senta-se só, acende um cigarro, pede uma cerveja e disca o número daquele em quem pensou o dia inteiro, liga então, ansiosa, mais de uma vez,entretanto, não obtém sucesso. Deprimi mas não demonstra. Logo chegam duas amigas, para acompanhá-la e ouvir sua paixão mal-sucedida. (Provavelmente irá encher a cara, e se afogar em lágrimas logo depois...)

terça-feira, 10 de março de 2009

Um "pois é" basta.

(Silêncio)
-Pois é, né?
- Pois é...

(Silêncio)
- ...
- ...
(beijos intermináveis) 

domingo, 8 de março de 2009

Laura, Samuel e o portão.

Noite, não havia cores, nem luz, só a lua,as estrelas e Laura, menina-moça, magrinha, crespos cabelos e olhos cor de mel, sem mistérios. Caminhava sob o sereno sem rumo, numa cidadezinha pacata, até que encontra um belo portão, mas não dava pra ver o que se passava do outro lado, nem o que a esperava,  dúvida no ar, agonia nos pés. Deveria abrir e mudar seu destino? ou deixar fechado e mudá-lo do mesmo jeito? A verdade dela era o medo do novo.
Fim de tarde, chuva, nostalgia de cores no arco-íris, o sol partindo e Samuel, rapaz de média estatura, olhos verdes, lisos cabelos, misterioso. Corria sob a chuva com um caminho já traçado, numa cidade fascinante, e encontra exatamente aquilo que queria, o portão, mesmo não dando pra ver o que passava do outro lado, sabia com certeza, o que encontraria: a cidadezinha pacata, noite, sem luz, sem cores, só a lua, as estrelas,  e sonhava conhecer Laura, pois na sua vida, só a tinha em sonhos. Certeza nos pés, agonia no ar. 
Deveria abrir e mudar seu destino? ou deixar fechado e mudá-lo do mesmo jeito? A verdade dele era a vontade de tentar.
Vinte instantes por um pensamento. Laura decidi acabar com o mistério, Samuel fica meio receioso mas segue em frente. Começam então, a empurrar o portão, ela quase insenta de força, sabendo que não suportaria o peso. Ele puxava pelo trinco de ouro, com algum sacrifício. Após uma porção de minutos de esforço, o impresível acontece,bate a cabeça de forma violenta e quase fatal, cai no chão, pobre Samuel. Por pior que tenha sido, os destinos mudaram, e muito. Laura apaixonou-se por ele quase inconsciente, mas não tinha tempo a perder, deixou uma mensagem de caneta, num pedaço de jornal do dia anterior "O que nos separava, era apenas um portão, agora espero que não seja a morte, se acaso chegue a viver, me procure, no lugar dos seus sonhos", ao lado, uma maçã partida ao meio.  Seguindo então pro lado de lá.
Tempos depois acordou e não esperou, logo estava ele, sob o arco-íris, como em seus sonhos, a outra metade da maçã no chão, e uma moça sentada de costas, porém ao invés de mulher era uma menina-moça. Achou ser um engano, mas ao sentir seu coração pulsar mais depressa que nunca, concluiu: era Laura.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Mistérios de um fim de carnaval.

    A noite já partia e com ela o fim do carnaval,  os carros de som iam sendo desligados e as marchinhas e farras para o ano que vem, vinha o silêncio com o canto dos passáros o novo sol da manhã alaranjado e junto, um frio, cobertor e convite para não virar a madrugada na solidão numa pequena rede.  Ela então deita-se do lado oposto dele, mas pelo desconforto acabam cedendo a deitarem com seus rostos próximos e seus corpos, mais unidos ainda.  Mas ela tentava sonhar, imaginava aquilo como algo sem fim, nem fazia planos para sair dali, o aconchego lhe bastava. Os beijos surgiram logo e tiraram seu sono, sua paz e a fez tremer, os dois corações acelerarem. E continuou no mesmo lugar, junto a ele, quem sempre desejou em segredo tornando-o seu, ao menos por alguns instantes, o bem-me-quer-mal-me-quer que há tempos perdura por ali, escondido. Depois cada um seguiu para seu dormitório, sabe-se lá o que ele pensa, mas ela, o ama e deu um bom dia, mal sabendo do sono curto que teria, mas continuaria feliz.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

...

"- Rejubila-te – gritou-lhe o Rouxinol – Rejubila-te; terás a tua rosa vermelha. Vou fazê-la de música, ao luar. O sangue de meu coração a tingirá. Em conseqüência só te peço que sejas sempre verdadeiro amante, porque o Amor é mais sábio do que a Filosofia; mais poderoso que o poder.. Tem as asas da cor da chama e da cor da chama tem o corpo. Há doçura de mel em seus braços e seu hálito lembra o incenso."

O rouxinol e a rosa, Oscar Wilde.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

BBB (Burrice Banal para bestas).




Que tal dá uma espiadinha em tudo aquilo que não presta? Pessoas passando do seu limite, mulheres expondo seu corpo como objeto, vocabulário chulo, tudo num só lugar, todas as noites, na televisão da sua casa? Afinal, o acréscimo e a lição que este trará para sua vida, não tem preço. Sorria, a alienação está aí, e os bons costumes, a velha história de não se meter na vida dos outros, já era.
Acho que nota-se, estou falando do Big Brother Brasil, um dos programas de maior público no país. E de grande fartura de capital também. Graças à vocês, que mesmo sem dinheiro, gastam fortunas em ligações para dizer se quem sai " É a gostosinha morena, o loiro falso ou a pobrezinha?". Um absurdo, se quer saber. Pior ainda são os meliantes que pagam pelo serviço "Paper view" 24hrs de olho em algo que na teoria, nunca foi da sua conta. Porém,os maiores culpados são espectadores, se fossem inexistentes, logo o programa sairia do ar, mas a cada edição, a fisuração aumenta, pudera, olhe a realidade do nosso país, as pessoas gostam de assistir, pois conseguem se observar no espelho ao assistir.
O melhor (ou pior de tudo), é que nada ali é de verdade, os amigos, os romances, aquela vida de luxo e lixo, pra não mentir, tem uma coisa que é real, o vale tudo por dinheiro, afinal, não é todo dia que se ganha um milhão, fama ou as mulheres saem da Playboy ou qualquer outra revista desse tipo, nada mais que um poço de falsidade.
Ao começar o programa, faço questão de mudar de canal só para quebrar o costume da maioria dos brasileiros dando faturamente ou audiência para coisas inutéis. Já experimentou ler um livro? Ou quem sabe assistir um filme? Garanto que vai enriquecer sua vida em valores e cultura bem mais que esse besteirol. Esse é só o começo da minha crítica, um dia eu volto a falar mais, quem sabe na próxima edição ( que eu sei que infelizmente, virá). Já perdi meu tempo demais falando sobre isso... 


sábado, 14 de fevereiro de 2009

Uma estranha criatura.

"Imagine que você esta dando um passeio na floresta. De repente, no meio do caminho, você vê uma nave espacial. Então um pequeno marciano sai da nave e olha pra você la de baixo...
O que você pensaria? Bem, isso não importa. Mas será que ja passou pela sua cabeça que você pode ser um marciano?
Naturalmente, é muito pouco provável que que você um dia tropece em alguma criatura de outro planeta (ou não). Mas pode ser que um dia você tropece em si mesmo. Pode ser que algum dia você pare o que esta fazendo e comece a se ver de uma forma completamente diferente. E pode ser que isso aconteça justamente durante um passeio na floresta.
Sou uma criatura estranha, você irá pensar. Sou um animal misterioso...
E então vai se como acordar de um sono de anos. Como o da Bela Adormecida. "Quem sou eu?", você irá perguntar. Você sabe que viaja pelo universo num planeta. Mas o que é o universo?"


O mundo de Sofia,pág.28.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Tear a arte.

Arte é devanear no papel,
Contornar de giz ou colorir o vazio
Fazer da voz uma melodia
Transformar o açucar em mel.

É tear com arte
Beber sensibilidade
Saber que o banal faz parte
Transformar o lixo em obra prima

Eu sou arte, arte sou eu
Ou será só o sábio
Que partiu ou morreu?
É de todos, ou de ninguém.

Expressão,Distração.
Poeta ou pintor.
Felicidade ou dor.
Na minha mão ou no solta ar.

O que não for arte, descarte.
E o que for, retrate.


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Fases.

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha

Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
(Cecília Mereiles)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

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Nada que é vivo dorme para sempre, então ele, acabara de acordar depois de um longo período adormecido, de supetão, introsado e me dando a certeza de que enquanto houver o minímo de ar, ele sobreviverá dentro de mim junto ao meu coração e pulmão. Sonho, utopico, platônico, um possível incerto. E eu tento me contentar tão descontente, por não saber qual tipo de sorisso te agrada.

Seria o fim (da boa) cultura?





A palavra cultura pode render muitas edições, debates, interpretações e maneiras de ser encarada. Atualmente, juntamente com a arte, a cultura perdeu parte do seu valor, recebeu um significado banalizado.Chega a doer quando escuto as pessoas cantando o “créu” como se fosse à coisa mais bela já escrita, enquanto acham MPB tortura ou então ao ouvir reclamações de que pagar cinco reais para ver uma peça teatral é um absurdo de caro, e dão, até cinqüenta vezes mais, por uma noite de micareta. Não que eu esteja obrigando alguém a gostar de algo, só faço um pedido de tomar conhecimento disso: existem outras verdades, outras coisas para se apreciar.São raros os que eu conheço que adquirem livros ou assistem a filmes por interesse próprios, estão sempre com os da “moda” e ainda para piorar, dizem que adoraram, mesmo sendo um lixo, sem entender nada da história.O problema não é só falta de informação, de recursos... É de consciência, de abrir a mente, num mundo tão grande como o nosso, se restringir é para os ignorantes, necessita-se ter uma visão ampla, ser conhecedor não de tudo, mas do máximo possível.Vamos acabar de vez com essa lavagem cerebral que a mídia faz, passando a imagem do “não é bom, mas está na moda, então quem liga?” e deixar de lado essa personalidade fraca e influenciável, desinteressada, e salvar a cultura e as artes, antes que seja tarde.