Criar estereótipos e rótulos são coisas diárias, vivo me deparando com isso. Mania horrível de julgar pela aparência nossa. Bem, eu acho bastante graça. Outro dia, estava parada na entrada do Shopping e uma pequena menina com aparência de uns 10 anos, passou com seu soverte de casquinha, eu a observei e quando menos espero ela estar a dialogar comigo:
- Ei, tu gosta de rock?
- Sim.
- Então é por isso que tu pinta o cabelo assim, né?
- Ér.. (com ar meio incerto)
- Ah! E tu é playboy?
- Não!
- E o que é playboy?
- Playboy são aqueles garotos, como posso dizer... Aqueles bicho que andam meio assim (fazendo gestos com o corpo), ta ligada?
- Ah, mas tua amiga é do rock? (apontando para minha amiga, um pouco distante)
- Não.
- E ela é o que? Patricinha?
- Ér... (mais um ar incerto)
- Mas me diz uma coisa, o que é emo, hein?
- Ah. Emo é...
Ouço um grito distante e vejo duas jovens, meio distantes uma da outra.
- Ei booooy, larga de pagar uma de indie!
Ai já viu, a pequena menina pôs-se a perguntar mais...
- Indie? Isso tem algo haver com índio?
- Não, Indie é...
- Tá vendo aquele menino ali? Ele é metaleiro?
- Hum...
- Deve ser, porque ele tem cabelão e está todo de preto.
- Ah, mas...
Quando a conversa já estava me dando nos nervos, finalmente me chamam:
- Ei amiga, nós estamos atrasadas, vamos embora!
Então eu fui morrendo de rir e chocada, como desde pequenos, essa mania de rotular nos pesergue... E acredite, se eu não tivesse ido, seriam mais algumas muitas horas questionando o que aquelas pessoas são, ou deixam de ser. Por fim, somos quem podemos ser.
2 comentários:
vc tinha me contado essa historia...
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