Vinte segundos e ela atirou sua vida num penhasco. Primeiro todas as suas jóias, cartões de crédito e seu celular de última geração, depois o resto dos seus nhem-nhem-nhems. Janaina não era a mesma, nem ela mesma. Nada fazia sentido, porque as coisas que sempre possuiu, eram incapazes de curar o seu câncer, que já tinha tomado parte dos seus dias. As memórias na lápide seriam repletas de egoísmo, de horas perdidas, de páginas sem assinatura, apenas uma camisa Calvin Klein ou um óculos Dolce &Gabbana, eram capazes de descrevê-la. Era só, nunca quis companhia, apenas seus antidepressivos e a coluna social, para forjar felicidade. Deixa-me voltar um pouco à história, quando descobriu sua doença incurável vendeu então, sua casa, seu carro e transferiu todo o dinheiro da sua conta bancaria para um orfanato, no qual colocou todas as crianças como suas herdeiras. “Esqueça Janaina! Vais para o inferno, é tarde para tentar retomar o tempo perdido.” Uma voz pertinente martelava sua mente, de modo enlouquecedor. Não pairava quieta, roia todas as unhas, nem dormia mais. Histérica, desse modo estava. Pegou um revolver, uma faca, uma corda e um inseticida, fez unidunitê na escolha de qual seria a partida que mais derramaria lágrimas, se é que alguém as faria cair. Decidiu-se, atiraria em sua própria cabeça, alegava que nunca a usou corretamente. Contou mais vinte segundos, trêmula, suando frio e chorando. 3,2,1... Ouviu-se logo o eco do disparo, sangue jorrando no chão, continuou lá, morta e sozinha, como sempre foi.
4 comentários:
As coisas que você possui, acabam possuindo você...
Muito bom, parabens!
Nossaa =O
que triste. Coitada dela =T
Muito bom *.*
E otimo para reflexão. x]
As coisas que você possui, acabam possuindo você... [2]
janaina é a vontade suicida do jack! *:
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