quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Losing my religion

Não tem muito para onde correr, a cultura do país e da civilização vai ter sempre forte influência sobre as religiões e crenças. É um valor hereditário, que é transferido pela educação dada.
Fui educada com liberdade religiosa, na qual pude formar meus próprios valores e opiniões sobre ambos os aspectos. Mas de modo voluntário ou não, até os nove anos de vida minha mente ainda infantil, me induzia ao catolicismo, mesmo freqüentando pouquíssimo a igreja. Conhecia Adão e Eva, como também sabia rezar o pai nosso. Sem discussão, tudo aquilo para mim, era inquestionável, fazia parte do meu universo, era esclarecedor.
No entanto, isso não durou para sempre, lembro-me muito bem do dia que me roubaram o doce, de maneira cruel. Cursava a quarta série do primeiro grau, todos os meus colegas de turma iriam fazer a primeira comunhão, em que se há confirmação do batismo. Gostaria de fazer junto a todos, pois se era uma coisa boa, nada melhor que fazê-la com as pessoas que gostava. Porém, houve um impedimento: ninguém que tivesse dez anos completos após 31 de março de 2004, poderia participar da catequese e eu era uma delas. Tentativas de conversa com a freira, foram inúmeras, mas não teve jeito, alegou que se tratava de uma criança imatura, incapaz de acompanhar o aprendizado, além da sua frieza, ao ver minhas lágrimas implorando. Então me decidi, se ela é uma das que prega a palavra desse Deus, e sou proibida de aprender seus ensinamentos de “bem”, por que continuar sendo iludida? Nada mais fazia sentido, era uma contradição entre a teoria e a pratica.
Comecei a construir novas ideias e conceitos. A religião é para muitos, um meio acolhedor, um alicerce do qual me senti deslocada. Eu poderia ser simplesmente, uma boa pessoa, fazer o bem, ter fé, mas sem seguir nem acreditar em dogmas, sem pagar dízimo e com a certeza que de não vou parar no inferno por causa disso. Pois, uma coisa é ser católico, espírita, budista, hindu, protestante, judeu ou diabo a quatro, que não irá não santificar, redimir pecados ou tornar alguém bom do dia para a noite.
Já analisou quantas pessoas matam e morrem em nome de um Deus? Quantas instituições usam da (má) fé para desviar dinheiro de pessoas ingênuas? Será que coexistir é algo impossível? Pessoas demasiadamente ligadas a uma religião, procuram um meio de desviar os seus problemas de casa, como o alcoolismo, o marido violento ou filho revoltado, é uma espécie de refugio para os frágeis, que precisam de ajuda. Jamais entendam como algo ruim, às vezes é uma única escapatória.Acham que necessitam seguir (ou ao menos fingir) que seguem todos os mandamentos religiosos, para garantir o céu, outra vida, a cura e a libertação. Deixo bem claro: certo e errado é bastante relativo, assim como a verdade.
Há de existir os que vão ler e virão com pedras, porém foi-se o tempo de opressão, de opinião censurada. O importante é ter fé no que você pretende alcançar ou fazer perdurar na sua vida, é visitar todos os dias e orar, no templo do nosso próprio coração. E como diria Steven Weinberg “Com ou sem religião, pessoas boas farão coisas boas e pessoas más farão coisas más.”.

2 comentários:

Camila de Azevedo S. Coelho disse...

Esse é um de seus melhores, na minha opinião.

Thaay disse...

SIMPLISMENTEEEE PERFEITOOOOOO *.*
Lindo deeemais Babixx =)