domingo, 13 de setembro de 2009

Coincidência, ou não!

Começou numa fila de um banco, num sábado à tarde no shopping. Foi amor a primeira vista, de ambos os lados, pelos menos os dois acreditavam. Parecia que ia dar certo, desde daquele momento, mas lá vai o destino, impedi-los. Um devia ficar ciente do nome do garoto pelo qual se apaixonou, o outro, ficaria só na curiosidade. Os dois passaram a semana desnorteados, pensando se jamais iriam trocar olhares. A decisão foi igual, de ambos os lados: voltar na mesma hora e ao mesmo lugar, uma semana depois. Ansiedade dominava Gabriel não iria sossegar enquanto não encontrasse o jovem que nem sequer sabia o nome.
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Uma semana depois, lá estavam eles, no mesmo shopping, em horário semelhante. Cada um com duas amigas, para dar apoio moral. Os olhos de Gabriel observavam cada passo, característica semelhante, cada rosto. Coincidência ou não, seus olhos fitaram a livraria, onde lá estava sentado, a observá-lo. Fez então um pequeno bilhete, e colocou seu e-mail, pedindo para uma das suas amigas entregar. “Ei, mandaram para você!” disse a garota, recebeu um obrigado, que não escondia sua opção sexual (o que não vem ao caso) e saiu prendendo riso. Tudo que ele mais queria, era chegar em casa, para ver se aquela janela de adição de novo contato do seu MSN, aparecia. Foi exatamente o que aconteceu, coincidência ou não, possuíam o mesmo nome, Gabriel. Agora onde as coincidências vão parar nem deus sabe...

sábado, 12 de setembro de 2009

Ser brega.


Eu sou brega, pronto, contei. Principalmente quando se trata de relacionamentos. Mas ainda há indagações a serem feitas. Foi apenas minha primeira conclusão. Vivo desvirtuada de minha época, apesar dos esforços para acompanhar esse novo ritmo frenético, que se difere bastante das gerações passadas, a realidade é que sempre foi de mim, prezar pelos bons e velhos costumes, nadando contra a corrente, porém voltando ao mesmo lugar. Não sou do tipo que sonha todos os dias com o casamento perfeito, ou que chegará à frente da minha janela um louco romântico apaixonado cantando a mais bela canção de amor (confesso, até sonho) e portanto continuo sendo brega e esperando um buquê de rosas junto a um poema de amor. E mais brega por discordar dessa banalização do “te ama hoje, te beija e te agrada, amanhã passa e fingi que não vê.” Diversão não é iludir, menos ainda grandes números. Gosto de escrever as coisas lindas que alguém diz que sinto, mesmo sendo uma coisa sem sentido e que não pode ser muito bem definida, nem sequer se sabe quando é sentida, no entanto, qual sentido há para tantas outras coisas? Gosto das emoções, de me arrepiar ao ver casais vendo casais com finais felizes no cinema e imaginando-os no futuro. Desprezo não a carência física, e sim sua existência insaciável, para deixar-me um pouco mais brega. Acho que amar hoje é que nem comer algo meio amargo, é preciso ingerir mais, para o gosto desagradável desaparecer, e tem difícil digestão. Apaixonar-se é brega, caiu em desuso. Demonstrar sentimentos também. E sabe, depois de algumas colocações, descobri que não sou brega, ou sou, você quem diz. Independente das opiniões,tenho preferência por sentir. Por fim, por favor, deixemos de transformar nosso amor em bom dia. E quando estiver tudo nos conformes, me avisem...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009





"Mesmo que nossos lábios não se cruzem novamente, posso dizer em silêncio, tudo aquilo que ficou escondido para sempre. Haverá momentos em que nossos pensamentos se encontrarão no espaço, e assim,sentiremos falta de estarmos juntos novamente."

Janis Joplin

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Por mim.




"Eu por mim sonhava com você em todas as cores,
mas meus sonhos são que nem cinema mudo,
e os atores já morreram há tempos."

Do livro:Leite derramado, Chico Buarque.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Vida e morte Janaina.

Vinte segundos e ela atirou sua vida num penhasco. Primeiro todas as suas jóias, cartões de crédito e seu celular de última geração, depois o resto dos seus nhem-nhem-nhems. Janaina não era a mesma, nem ela mesma. Nada fazia sentido, porque as coisas que sempre possuiu, eram incapazes de curar o seu câncer, que já tinha tomado parte dos seus dias. As memórias na lápide seriam repletas de egoísmo, de horas perdidas, de páginas sem assinatura, apenas uma camisa Calvin Klein ou um óculos Dolce &Gabbana, eram capazes de descrevê-la. Era só, nunca quis companhia, apenas seus antidepressivos e a coluna social, para forjar felicidade. Deixa-me voltar um pouco à história, quando descobriu sua doença incurável vendeu então, sua casa, seu carro e transferiu todo o dinheiro da sua conta bancaria para um orfanato, no qual colocou todas as crianças como suas herdeiras. “Esqueça Janaina! Vais para o inferno, é tarde para tentar retomar o tempo perdido.” Uma voz pertinente martelava sua mente, de modo enlouquecedor. Não pairava quieta, roia todas as unhas, nem dormia mais. Histérica, desse modo estava. Pegou um revolver, uma faca, uma corda e um inseticida, fez unidunitê na escolha de qual seria a partida que mais derramaria lágrimas, se é que alguém as faria cair. Decidiu-se, atiraria em sua própria cabeça, alegava que nunca a usou corretamente. Contou mais vinte segundos, trêmula, suando frio e chorando. 3,2,1... Ouviu-se logo o eco do disparo, sangue jorrando no chão, continuou lá, morta e sozinha, como sempre foi.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Estranha chance sem chance.

Manhã e passava um pouco das seis e trinta de domingo. Augusto sentado na calçada, com seu celular na mão. Sinto uma necessidade desinteressante de falar sobre o quão ansioso ele ficou a espera da resposta daquela moça que ele havia beijado na balada da noite anterior fazia pouco mais de duas horas. Acontecendo o que for paixão ou amor podia ser. Mesmo sabendo que ele nem a conhecia, só sabia sobre seu beijo,seu número do telefone e sua meia-calça rasgada,seu nome era mistério, assim como a sua vida. Segurava sua garrafa, chegando ao fim, sentia gosto de água, mas era a velha 51. Oito da manhã e nada, deitado na beira do abismo, sem eira nem beira. Tanto fazia ser Ana Cláudia, Júlia ou Sara... Só queria poder provar daqueles doces lábios novamente, menos que isso, alguma resposta, pra saber que tudo não passara de um sonho. Gostaria de salientar também, dos seus amores passados, um aconteceu por correspondências, outro por um telefonema feito com engano. É confuso falar sobre ele, só isso. Vive no passado de maneira moderna, meio controverso, se é que me entende. Adormecido, na sua última solidão, passou alguém, em estado de expectativa semelhante e com um salto alto nas mãos, observando que havia um colo acolhedor no qual poderia adormecer a espera do príncipe, da cruel lua cheia que se refugiou e deu lugar ao sol. Deitou-se ali, sem pensar duas vezes. Aproximava-se das dez, levantou sobressaltado e achou loucura a situação de uma desconhecida em seus braços. Correu e voltou para casa. Jamais imaginou que pelos seus próprios dedos, deixou escapar quem procurou a vida inteira.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

É proibido fumar.

Sorria, você está sendo um fumante passivo. Seu pulmão está inalando uma fumaça sem culpa e há probabilidades de ganhar de presente um câncer de pulmão, num futuro que logo chegará. E não adianta reclamar, é um beco sem saída. Sua roupa irá ficar com um cheiro desagradável, terá acentuada sua alergia ao cigarro ou vai passar por constrangimentos de pessoas sem educação, que fumam pouco se lixando para quem está nas proximidades. Isso é sim um problema. Ou ao menos era até a nova legislação antifumo intervir nessa situação.
Esclarecendo, a lei não proíbe o fumo, apenas restringe e traz benefícios aos fumantes passivos, terceira maior causa de morte das que podem ser evitáveis no mundo. O ar fica respirável e livre do tabaco. Até esse ponto, tudo bem. Porém existem estabelecimentos nos quais o maior número de freqüentadores fumam, o que prejudica de tamanha maneira o dono do local. O que não impede, dessas pessoas irem ao lado de fora, ou ter uma parte externa na qual possam ficar, é tudo questão de adaptação.
Portanto, não há motivo para tanta indignação, o que está em jogo é o bem estar social e os prazeres da vida nem sempre estão relacionados ao consumo de coisas não-saudáveis. Como se sabe, há algum tempo a lei seca entrou em vigor e surtiu efeito, mesmo ainda existindo o índice de acidentes e pessoas no trânsito embriagadas. A tendência da antifumo é ir por caminho semelhante, fazendo parte do cotidiano. Além do mais, o fumante irá diminuir a quantidade de cigarros fumados, quer queira ou quer não. E aqueles que estão tentando largar o vício, terão um meio incentivador.
Em suma, placas, avisos, a mídia, a conscientização e principalmente o respeito à lei e a cobrança de multas para os que ousarem infringir, são pontos essenciais se tratando do sucesso da mesma. Caso isso ocorra, demais estados irão adotá-la, sem receio do fracasso.Mas sejamos sinceros, a mudança deve começar no comportamento, no respeito a si e ao próximo, só assim, teremos uma sociedade mais coerente.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Losing my religion

Não tem muito para onde correr, a cultura do país e da civilização vai ter sempre forte influência sobre as religiões e crenças. É um valor hereditário, que é transferido pela educação dada.
Fui educada com liberdade religiosa, na qual pude formar meus próprios valores e opiniões sobre ambos os aspectos. Mas de modo voluntário ou não, até os nove anos de vida minha mente ainda infantil, me induzia ao catolicismo, mesmo freqüentando pouquíssimo a igreja. Conhecia Adão e Eva, como também sabia rezar o pai nosso. Sem discussão, tudo aquilo para mim, era inquestionável, fazia parte do meu universo, era esclarecedor.
No entanto, isso não durou para sempre, lembro-me muito bem do dia que me roubaram o doce, de maneira cruel. Cursava a quarta série do primeiro grau, todos os meus colegas de turma iriam fazer a primeira comunhão, em que se há confirmação do batismo. Gostaria de fazer junto a todos, pois se era uma coisa boa, nada melhor que fazê-la com as pessoas que gostava. Porém, houve um impedimento: ninguém que tivesse dez anos completos após 31 de março de 2004, poderia participar da catequese e eu era uma delas. Tentativas de conversa com a freira, foram inúmeras, mas não teve jeito, alegou que se tratava de uma criança imatura, incapaz de acompanhar o aprendizado, além da sua frieza, ao ver minhas lágrimas implorando. Então me decidi, se ela é uma das que prega a palavra desse Deus, e sou proibida de aprender seus ensinamentos de “bem”, por que continuar sendo iludida? Nada mais fazia sentido, era uma contradição entre a teoria e a pratica.
Comecei a construir novas ideias e conceitos. A religião é para muitos, um meio acolhedor, um alicerce do qual me senti deslocada. Eu poderia ser simplesmente, uma boa pessoa, fazer o bem, ter fé, mas sem seguir nem acreditar em dogmas, sem pagar dízimo e com a certeza que de não vou parar no inferno por causa disso. Pois, uma coisa é ser católico, espírita, budista, hindu, protestante, judeu ou diabo a quatro, que não irá não santificar, redimir pecados ou tornar alguém bom do dia para a noite.
Já analisou quantas pessoas matam e morrem em nome de um Deus? Quantas instituições usam da (má) fé para desviar dinheiro de pessoas ingênuas? Será que coexistir é algo impossível? Pessoas demasiadamente ligadas a uma religião, procuram um meio de desviar os seus problemas de casa, como o alcoolismo, o marido violento ou filho revoltado, é uma espécie de refugio para os frágeis, que precisam de ajuda. Jamais entendam como algo ruim, às vezes é uma única escapatória.Acham que necessitam seguir (ou ao menos fingir) que seguem todos os mandamentos religiosos, para garantir o céu, outra vida, a cura e a libertação. Deixo bem claro: certo e errado é bastante relativo, assim como a verdade.
Há de existir os que vão ler e virão com pedras, porém foi-se o tempo de opressão, de opinião censurada. O importante é ter fé no que você pretende alcançar ou fazer perdurar na sua vida, é visitar todos os dias e orar, no templo do nosso próprio coração. E como diria Steven Weinberg “Com ou sem religião, pessoas boas farão coisas boas e pessoas más farão coisas más.”.