quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Diálogo com a morte.

- Vejo através dessa estação de trem o preto e branco criar cores e brilho.
- Que cores vê?
- As cores do que está parando de doer, virando paz eterna.
- E o que tanto doía?
- A vida. Não nasci para ela. Eu já cheguei próximo a sentir o gosto e o cheiro desta várias vezes,
embarcar em qualquer classe, por qualquer motivo.
- Gostaria de fazer uma deliciosa e alucinante viagem para o lugar que sempre ambicionou
porém, nunca te permiti entrar?
- Me leve. Agora. É o que mais desejo... Um lugar menos inóspito.
- Não.
- Por que?
- Só morre quem tem medo de morrer.

Passou anos e anos, na estação, sentado, esperando, que a morte viesse ao seu encontro.

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