quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Pegada mágica.

Nunca quis me apaixonar, não havia alguma em aumentar a quantidade de dopamina ou feniletilamina dentro do meu organismo. Para mim, esse estado é um tanto quanto, desculpe o termo, idiota. Beijava no mínimo cinco mulheres por noite, devido a minha carência física, porém jamais emocional. E o pior de tudo: por tentar ser simpático, dava meu número de telefone e todas me ligavam no dia seguinte, coisa totalmente desistimulante para quem é seguidor do desapego.
Certo dia, minutos de sair para aproveitar a noite de sábado, cansado dessa deprimente, pensei: hoje darei um jeito de fazer essas mulheres grudentas saírem do meu pé, preciso só arranjar uma cantada infalível.
Então fui, cheguei chegando, pedi um drink, comecei a flertar as mais sedutoras. Mirei em uma a qual tinha o olhar mais profundo e inspirador que eu já vi. Aproximei-me, segui o ritmo frenético da música, beijei seu rosto e sussurrei: Que tal uma pegada mágica? Ela não entendeu, precisei complementar: Eu te pego e depois você some! Sem mais meias palavras e logo nos beijamos por alguns instantes. Acontece que ela obedeceu, sumiu logo após. Nem sequer pediu meu telefone, então não me ligaria no dia seguinte. Não sei o porquê, mas a esperei a noite inteira pelo seu regresso. Creio que minha mente havia sido dominada pelas malditas substâncias da paixão.
Ao amanhecer, ligo a televisão para assistir ao noticiário: "URGENTE! Mulher desaparece após ir a boate aqui na cidade". Mostram sua fotografia. Era ela. Maldita cantada!

Créditos da cantada à tuzinho =)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Diálogo com a morte.

- Vejo através dessa estação de trem o preto e branco criar cores e brilho.
- Que cores vê?
- As cores do que está parando de doer, virando paz eterna.
- E o que tanto doía?
- A vida. Não nasci para ela. Eu já cheguei próximo a sentir o gosto e o cheiro desta várias vezes,
embarcar em qualquer classe, por qualquer motivo.
- Gostaria de fazer uma deliciosa e alucinante viagem para o lugar que sempre ambicionou
porém, nunca te permiti entrar?
- Me leve. Agora. É o que mais desejo... Um lugar menos inóspito.
- Não.
- Por que?
- Só morre quem tem medo de morrer.

Passou anos e anos, na estação, sentado, esperando, que a morte viesse ao seu encontro.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

As coisas se repetem.

Percebi algo: a catraca gira e para no mesmo lugar,
o que se difere são as pessoas mas os casos são semelhantes.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

O que eu gosto.

O que eu gosto não tem amor, admiração, angústia, abstinência, amargura, azedume. Nem possui bondade, benevolência, breguices, beleza, banalidade. É sem calamidades, carinho, curiosidade, coragem, caridade, coração. Isento de demagogia, detalhes, dor, essência, extravagância, estupidez, egoísmo, embriaguez. Falta fraqueza e força, felicidade ou ganância, gostos, gestos, ser humano. Ignorância, imperfeição, inteligência, ideais. Jogos, joias, jornais, janelas ? jamais. Tampouco leal e com luxúria. Nunca másculo muito menos mimoso. Nada de novo nem novidade. No mais, neurótico ouvinte obscuro, para que? Perfumadas risadas junto a ruídos, ai se sessê de sorrisos. Tatuada tristeza, detesto. Urubus e seres únicos me incomodam. Vaidade é vingança. Ah! até ZzZzZzZz... Não gosto! Sabe por que? Eu gosto do que não existe.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Pop art.


Tentativa frustada...