Você liga a televisão e coloca no jornal, quando vê: tragédias, mortos, assassinatos, injustiças, roubos. E tudo isso se assiste como uma coisa já habitual, banalizada. Até o dia que vem a te afetar, da pior maneira, da mais inesperada e surpreendente, quando você assiste sobre a pior tragédia da aviação brasileira (17.07.07), o vôo 3054 da TAM com 186 passageiros derrapou na pista do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, atravessou uma avenida e bateu em um prédio de carga e descarga da companhia aérea. O avião explodiu, não houve sobreviventes dentro dele, os poucos que resistiram, estavam no prédio da TAM Express. A lista das vitimas só foi divulgada para imprensa no dia seguinte, e foi quando recebo a triste e lamentável noticia de que a família Cunha estava no avião. Confesso que demorei pra perceber que era mesmo Caio Cunha o garoto da foto, mas quando aconteceu, fiquei sem reação, sem crer, que uma vitimas seria da minha convivência e isso pudesse acontecer comigo um dia!
E infelizmente por possuímos esse pensamento de que essas coisas só acontecem as outras pessoas e nunca com a conosco, e pensando possuiremos essas pessoas sempre que deixamos um cumprimento de lado, um sorriso preferimos poupar, as qualidades jogamos fora e nos esforçamos pra não esquecer dos defeitos, sem falar que um mínimo tropeço, pode se tornar um motivo de não haver perdão.
Não são questões de amizade, muito menos de afinidades, é somente de mínima convivência, quando se estuda numa mesma turma, ou até numa mesma escola, querendo ou não você faz parte do cotidiano daquelas pessoas, vidas são compartilhadas, diretamente ou indiretamente, e também possui, mesmo que esquecidos, diversos momentos ao lado delas, e começa a crer que nada foi em vão.
A coisa mais lamentável, é que só percebemos o quanto é grande a falta e o significado dessas pessoas em nossas vidas, no dia que não há mais o que fazer... Quando elas partem dessa para melhor, ainda pior de maneira inesperada e trágica. Foi exatamente o que aconteceu com nosso companheiro, amigo, Caio Cunha, agora, além de anjo é um vencedor, por ter cumprido com sua missão aqui, entre nós. Não só ele, como seus pais e sua irmã e restantes das vitimas do vôo 3054 da TAM. E não vai ser fácil estudar naquela sala sem tê-lo presente, atrapalhando a aula, fazendo brincadeiras e soltando piadas. Porém, o que vai nos restar agora a principio é tristeza e saudade, logo a tristeza passa, a saudade aperta, porém é aliviada quando recordamos com carinho, e da melhor maneira possível o ótimo mortal que ele foi e sempre será em nossas mentes e corações.