quinta-feira, 10 de junho de 2010

Devaneio sem nome.

Eu usava uma roupa surrada, uma saia pouco acima do joelho, uma sandália havaiana e uma blusa preta. Segurava firme dois maços de cigarro, que jamais seriam tragados e guardava alguns pertences inúteis dentro de uma sacola de plástica. Naquela noite certamente eu não voltaria para casa. Aproveitei para extrapolar todos os limites que a vida havia imposto, indagando meu primeiro palavrão em alto e bom tom, sem o menor receio. Perambulei sozinha por vielas pouco iluminadas, os postes estavam todos com curto circuito e apagariam em instantes. Antes que roubassem-me a luz, guardei esta numa caixa, para que eu aprendesse a viver no escuro. E se por acaso, o tempo fosse deveras perverso e virasse um furta cor, ainda restaria a lua, formosa, vindo a brilhar. Caminhei, cantando "Dancing in the moon light" até cair adormecida num lugar que não me recordo bem, no entanto, bastante diferente da manhã posterior. Dei logo bom dia a querida Nandina Bonina, que embelezava os arredores. De ambos os lados, lindas residências, silêncio. Repentinamente, uma gota de chuva caiu na minha face, esbocei um sorriso. Sai pulando, feito criança que não sabe contar, nem liga para o tempo. Lá estava, Eu e a felicidade. Era um sonho.

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